Apresenta
AMANDA NETTO SIMEÃO

A esgrima é um esporte pouco difundido no Brasil, mas possui grandes representantes brasileiras! Uma delas é Amanda Netto Simeão, atleta olímpica nascida em Curitiba, que começou a praticar o esporte aos 11 anos e, aos 22, sentiu na pele a emoção de fazer parte de jogos olímpicos – e melhor, em seu país natal, durante a Rio 2016.

BB. Como você começou a praticar esgrima?

AN. “Eu morava na Itália quando iniciei, e lá a esgrima é um esporte muito difundido e tradicional. Tive meu primeiro contato com a modalidade durante uma aula de educação física e adorei! Nesse dia, me destaquei, ganhando de todos os outros alunos. Então, a professora me convidou para conhecer o esporte e, depois disso, nunca parei. Voltei a morar no Brasil e, em um ano, já estava representando o meu país.”

BB. Como foi a experiência de participar dos Jogos Olímpicos?

AN. “Eu tinha 22 anos e era o meu sonho. Fui para a França com 15 anos, sonhando com a Olimpíada do Rio. Uma Olimpíada em casa, no Brasil... toda minha vida foi voltada para isso, todas as minhas escolhas e decisões eram baseadas no meu futuro e nessa tentativa de classificação olímpica.”

BB. Do que já precisou abrir mão pela esgrima?

AN. “Absolutamente tudo. Amigos, família, estudos, festas, casamentos, diversão, viagens, uma vida social. Quando vejo um atleta comemorando e chorando, choro junto, pensando em tudo o que passamos para alcançar esse resultado! É muita abdicação.”

BB. O que mais te fascina no universo do esporte?

AN. “A bandeira do esporte é, por si só, uma escola completa. Além do mundo competitivo, para você se tornar um atleta de ponta, com certeza terá que passar por aprendizados que levará para a vida toda. Cada esporte tem a sua particularidade, mas todos te obrigam a ser a sua melhor versão e se superar todos os dias. O ambiente esportivo, as viagens, as amizades, as culturas que conhecemos e vivenciamos, as alegrias e as tristezas que dividimos com os nossos colegas de equipe… tudo isso, hoje em dia, posso dizer que sinto muitas saudades do processo todo que é ser uma atleta.”

BB. Qual é a maior curiosidade que as pessoas têm sobre você ser uma esgrimista?

AN. “Se a espada machuca quando atinge o corpo! Usamos uma roupa que é feita de um material altamente resistente, e a espada é flexível, então é um esporte muito seguro. O que pode acontecer é que, se os dois atletas estiverem muito próximos, pode acabar ficando um roxinho onde a espada tocou e envergou. Mas, mesmo que a lâmina quebre, ela não ultrapassa a roupa que usamos.”

BB. E o maior equívoco?

AN. “As pessoas sempre perguntam se a pontuação varia por região, mas não. O toque é válido na espada no corpo todo, desde o pé até a cabeça, e sempre vale um toque.”